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sexta-feira, junho 13, 2014

Futuro Possível


Notícia que todos gostaríamos de ver

Marcela Buscato - 03/06/2014 07h01 - Atualizado em 03/06/2014 09h31

O Brasil em 2030: O rio embeleza a cidade

A limpeza do Tietê e a criação de parques a suas margens criaram em São Paulo um cenário parisiense.

(Ilustração: Luís Dourado)

ARTÉRIA VIVA

A criação de parques ao longo dos rios melhorou o transporte e as condições de moradia na cidade

Para nós, em 2030, a cidade ideal tem poucos carros. Há muitos ônibus nas ruas, assim como trens e metrôs. As áreas verdes são extensas e unem diferentes regiões da cidade. É possível morar e trabalhar a poucos quarteirões de distância. Nada parecido ao cenário de 16 anos atrás, quando nossas metrópoles cortejavam o colapso. A inauguração, na semana passada, do último trecho de revitalização do parque urbano da Marginal Tietê, em São Paulo, é um exemplo da mudança radical por que passaram as cidades brasileiras nos últimos anos.

O projeto de reformulação da Marginal Tietê foi baseado no que se fez em Seul, capital da Coreia do Sul, com o Rio Cheonggyecheon. O rio canalizado atravessava o centro da cidade e servia apenas aos carros.Virou um parque. Na Marginal, as pistas por onde circulavam 350 mil veículos por dia deram lugar a áreas verdes. Seus 24 quilômetros de extensão viraram um grande parque. Há seções com bulevares que concentram lojas e serviços para o público. Noutras, há espaços culturais. A cidade mudou ao longo do novo parque. Ele virou uma espécie de praia, que reúne moradores de várias regiões da cidade.

A despoluição quase completa do Rio Tietê foi uma etapa importante do projeto. Ela só foi possível com a ampliação do sistema de captação e tratamento de esgoto. Atualmente, quase 90% dos resíduos são captados pelo sistema, e cerca de 80% são tratados. Diminuiu a concentração de poluentes e aumentou a oxigenação do rio. Não é o suficiente para nadar, mas o bastante para eliminar o cheiro ruim, marca do Tietê por décadas. Navegar pelo rio também é possível. Ele virou uma via importante de transporte para a cidade. Embarcações parecidas com as que levavam passageiros no Rio Sena, em Paris, hoje transportam os paulistanos. Foi uma medida importante para aliviar o tráfego nas imediações e ajudar no deslocamento dos novos moradores, que se instalaram ao longo da Marginal renovada.


As melhorias no sistema de transporte foram decisivas para que o projeto do parque se tornasse realidade. Deslocamentos para regiões mais distantes podem ser feitos pelas linhas de trem, que margeiam o parque, interligadas às estações de metrô. Das 11 faixas de rolagem para veículos, foram preservadas só três. Elas servem principalmente para o tráfego de ônibus. Um amplo sistema de anéis viários, construído no entorno da cidade, interligou as principais rodovias da região e acabou com o tráfego de veículos apenas de passagem. A Marginal ainda não parece um bulevar parisiense, mas já virou um centro de peregrinação e efervescência.

Fonte: Época


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